A cromatografia líquida de alta eficiência utilizando as interações hidrofílicas é uma opção diferente entre a cromatografia de fase reversa e a cromatografia de fase normal. Esta técnica é conhecida como HILIC (cromatografia de interações hidrofílicas) e preenche uma lacuna de aplicações entre a cromatografia iônica, de fase reversa e de fase normal, pois permite a análise de compostos com alta polaridade (logP menor que zero), mas usando fase ainda constituída por água (isto é, aplicável para compostos solúveis em meio aquoso.


Devido a estas características, a HILIC é uma modalidade muito útil para análise de medicamentos antivirais e pode ser utilizada, com vantagens, para acompanhar o desenvolvimento de novos medicamentos antivirais sintetizados utilizando como núcleo central uma base purina (como o aciclovir, sintetizado a partir da guanina).

Métodos cromatográficos com colunas mais polares e fases móveis constituídas de mais de 60% de acetonitrila e água permitem desenvolver e validar métodos satisfatórios e eficientes para acompanhamento de teor, impurezas e estabilidade de antivirais, sendo métodos indicativos de estabilidade, seletivos para atender o perfil de degradação potencial e real desses medicamentos.




As vantagens citadas aqui não significam que o HILIC é superior ao HPLC com fase reversa, mas sim que é um ótima opção, e ainda pouco explorada, quando os compostos mais polares apresentam dificuldade de retenção usando um sistema de fase reversa e quando não existem parâmetros otimizáveis para tornar este métodos aplicáveis. Além disso, muitas opções de colunas diferentes estão surgindo como opções comerciais interessantes (inclusive variando o caráter ácido, básico ou neutro das fases estacionárias), o que deve auxiliar a alavancar o uso das técnicas HILIC e aumentar ainda mais a versatilidade da cromatografia líquida como um todo.